Clara Castro Lopes: “O enfermeiro orienta, informa e motiva a adoção de estilos de vida saudáveis.”

Terça-feira, Dezembro 2, 2025 - 14:26
Fotografia de Clara Castro Lopes

Clara Castro Lopes é estudante da Licenciatura em Enfermagem da Escola de Enfermagem (Porto) da Universidade Católica Portuguesa, e encontrou o seu caminho depois de explorar outras áreas. Destaca-se pelo seu envolvimento em várias experiências de voluntariado, nomeadamente na Casa Kastelo e, também, numa missão de quatro semanas em Cabo Verde através do programa GAS’África. Ex-atleta de canoagem de alto rendimento e futura tripulante de ambulância da Cruz Vermelha, acredita que o verdadeiro sentido da Enfermagem está em fazer a diferença na vida das pessoas. Uma mensagem para os novos estudantes de Enfermagem? “Desfrutem de cada momento de aprendizagem.”

 

Porquê a Enfermagem?

Após o ensino secundário, tive dificuldade em encontrar o curso ideal para mim. Antes de ingressar em Enfermagem, ainda estive numa licenciatura em Gestão e noutra em Matemática Aplicada, mas em nenhum dos cursos me sentia satisfeita. Foi o facto de ter acompanhado e prestado auxílio ao meu avô no seu fim de vida que me fez perceber que talvez o meu caminho fosse outro.
 

O que é que a fascina nesta área?

Todos os cuidados e interações que tenho de ter com as pessoas e poder sentir que estou a fazer a diferença na vida delas fascina-me e motiva-me a ser melhor, atualmente enquanto estudo, e futuramente quando estiver a trabalhar.
 

O que é que distingue o ensino da Enfermagem na Católica?

A Católica tem uma metodologia de ensino diferente das outras faculdades. Logo no primeiro ano temos a experiência do Ensino Clínico que nos permite contactar já com situações reais, incentivando-nos a querer saber e estudar mais.
 

Recentemente, esteve numa missão de voluntariado em Cabo Verde.

Foi através do programa de voluntariado GAS África da Católica. Tive cerca de 8 meses de formação e preparação para a viagem a Cabo Verde, ilha de Santiago, com o intuito de dinamizar as localidades por onde passávamos, através de atividades que promovessem o seu desenvolvimento, por exemplo relacionadas com a higiene, autoestima, relações interpessoais e também tecnológicas. A minha missão teve a duração de 4 semanas e deu-me a oportunidade de conhecer as rotinas e diferente culturas da ilha.

 

“O voluntariado é importante porque é transformador e nos fortalece como pessoas.”

 

Que aprendizagem relevante para a Enfermagem acredita ter adquirido durante o voluntariado?

A empatia. Uma aprendizagem valiosa para a Enfermagem. Esta experiência de voluntariado permitiu-me reconhecer a humanidade que deve existir num profissional de saúde.
 

Qual é a importância do voluntariado?

Fui, também, voluntária na CASO (CAtólica SOlidária), num lar de idosos, durante o primeiro ano. A oportunidade que a Católica oferece em termos de ensino clínico logo no primeiro ano proporcionou-me conhecer a Casa Kastelo, que é uma instituição de cuidados paliativos pediátricos, onde fiz voluntariado e acompanhei uma criança nos cuidados intensivos até ao último dia da sua vida. O voluntariado é importante porque é transformador e nos fortalece como pessoas.

 

“A Enfermagem deve ter um grande foco na prevenção.”

 

De que forma é que a Enfermagem pode contribuir para a promoção da saúde e prevenção de doenças na sociedade?

A Enfermagem pode contribuir para todas essas dimensões. Aliás, a Enfermagem deve ter um grande foco na prevenção. O enfermeiro orienta, informa e motiva a adoção de estilos de vida saudáveis, a reduzir riscos e a melhorar a qualidade de vida das comunidades, tendo uma visão mais holística da pessoa.
 

E fora da Universidade, tem algum projeto pessoal que complemente a sua formação?

O desporto fez sempre parte da minha vida e, até aos 19 anos, pratiquei canoagem de alto rendimento. Atualmente, tenho praticado Crossfit com regularidade e tenho apreciado muito essa experiência.
Estou também a concluir o curso da Cruz Vermelha de tripulante de ambulância, para explorar e conhecer melhor a área do pré-hospitalar. Ao terminar esta formação, poderei ser voluntária numa área pela qual tenho bastante interesse e que, de certa forma, complementa a minha área de estudo.
 

O que leva da Católica para o próximo capítulo da sua vida?

Sem dúvida que a minha formação na Católica me está a permitir conhecer pessoas novas que, acredito, quando este capítulo da minha vida terminar, continuarão a fazer parte de mim. A nível profissional, vai fortalecer-me para poder ser uma futura profissional de saúde preparada e completa.

 

“Desfrutem de cada momento de aprendizagem.”

 

Que mensagem deixaria aos estudantes que ainda procuram a sua verdadeira paixão? E aos que estão a iniciar o seu percurso em Enfermagem?

Procurem a vossa área de formação de acordo com os vossos interesses e não receiem não a encontrar à primeira tentativa. Os desvios que tive no meu percurso académico trouxeram-me maior maturidade para enfrentar os momentos mais desafiantes da minha vida, tanto a nível académico como pessoal. Se tiverem dúvidas, não hesitem em procurar ajuda junto de um psicólogo vocacional, pois esse apoio foi essencial para eu escolher o caminho certo. No final de contas, o que importa é fazermos aquilo que nos dá maior satisfação e termos vontade de aprender cada vez mais.

Para quem está a iniciar o seu percurso em Enfermagem, desfrutem de cada momento de aprendizagem. O percurso pode parecer longo, mas esta caminhada passa num instante e, acreditem, dá um prazer imenso fazer a diferença na vida das pessoas.

 


Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.