Católica e Polícia Municipal do Porto promovem ação por uma cidade Fumo 0

Quarta-feira, Novembro 12, 2025 - 15:34

Foi por uma cidade Fumo 0 que se debateram os malefícios do tabaco, ao nível da saúde, da segurança e do ambiente, numa sessão acolhida pela Universidade Católica Portuguesa no Porto, fruto de uma parceria com a Polícia Municipal do Porto. O evento, que reuniu a comunidade académica, contou com uma intervenção de Pedro Norton, diretor do Serviço de Saúde Ocupacional do Centro Hospitalar Universitário São João.

“Este é um problema de saúde pública. Com as nossas ações, estaremos a contribuir para um mundo melhor – mais saúde, mais sustentabilidade, mais bem-estar" salientou Isabel Braga da Cruz, pró-reitora da Universidade Católica Portuguesa para o campus do Porto, reforçando o alinhamento da iniciativa com os objetivos da Católica neste âmbito.

O evento marca “o início de uma grande caminhada”, apontou, nas palavras de abertura, Liliana Marinho, Comandante da Polícia Municipal do Porto, abordando o projeto Fumo 0 como uma ponte relevante com a comunidade estundantil, e como reflexo de uma Polícia Municipal do Porto “com a qual podemos sempre contar”.

O chefe João Cunha, da Polícia Municipal do Porto, deu início à sessão informativa com um enquadramento legal sobre a proibição do descarte de pontas de cigarro e respetivas coimas. Destacando a importância de ter “como melhores aliados na campanha, os alunos”, apelou à prevenção e à responsabilidade individual e coletiva dos presentes.

Nesse sentido, reforçou o convite à participação na ação de 17 de novembro, Dia Mundial do Não Fumador, que pretende, “com base na prevenção, chamar a atenção das pessoas, alertando para os malefícios do descarte das beatas na via pública”. A iniciativa, promovida pela Polícia Municipal do Porto, contará com a comunidade académica do Porto e terá início às 13h45, em frente à Câmara Municipal do Porto.

 

“Se conseguirmos que a pessoa deixe de fumar, estes pacientes vão-nos agradecer para a vida toda”

A sessão contou ainda com a perspetiva médica de Pedro Norton, diretor do Serviço de Saúde Ocupacional do Centro Hospitalar Universitário São João. Numa abordagem abrangente, o médico percorreu a história da dependência tabágica, explicou os mecanismos biológicos do consumo e destacou que “o tabaco é fator de risco para seis das oito principais causas de morte”, como enfartes, AVC, infeções respiratórias, DPOC, tuberculose e vários tipos de cancro.

Para além do risco de doença, abordou as repercussões ao nível ocupacional e na qualidade de vida, referindo que “em média, um fumador vai perder 10 anos de vida e 10 anos de vida com qualidade”. Alertou também para os riscos associados aos cigarros eletrónicos e às terapêuticas alternativas na cessação tabágica.

Ao explicar as vantagens de parar de fumar, reforçou o acompanhamento médico como elemento desicivo e partilhou conselhos práticos dirigidos não apenas aos cidadãos, mas também aos futuros profissionais de saúde - já que na plateia estavam mais de 100 alunos, da Católica no Porto, com uma representação significativa dos alunos de enfermagem, bem como alunos da Escola de Economia Social do Porto, do curso de técnico auxiliar de farmácia.

Pedro Norton concluiu a sua intervenção com uma analogia com a frase de Sir Ernest Shackleton, revestindo o apoio à cessação tabágica de um heroísmo merecido: “A viagem da cessação tabágica é uma viagem perigosa, há sempre o risco de recaída, vamos ter os sintomas de privação - perigo constante. Mas se conseguirmos vencer cada uma destas barreiras, se conseguirmos que a pessoa deixe de fumar, estes doentes vão-nos agradecer para a vida toda. Os benefícios são imensos”.

Com esta sessão do projeto Fumo 0, a Universidade Católica reforçou a sensibilização para a redução, cessação ou rejeição do consumo do tabaco, a partilha de conhecimento e a multiplicação da mensagem entre pares e junto da comunidade - reiterando que dizer não ao tabaco é mais do que uma escolha individual, é um compromisso com a saúde de todos e com o ambiente.