“Parar é estagnar. A formação contínua é, portanto, a chave para um sucesso contínuo.”
Entrevista a José Coentrão, licenciado pela Escola Superior de Enfermagem Imaculada Conceição, integrada no último ano na Universidade Católica, e um dos primeiros enfermeiros a concluir o curso já com diploma da Universidade Católica. Terminou a licenciatura em 2017 e construiu, desde então, um percurso marcado pelo serviço à comunidade, pela emergência pré-hospitalar e pela educação para a saúde.
Atualmente, trabalha na Unidade Local de Saúde da Póvoa de Varzim, Vila do Conde, onde exerce há 18 anos. Iniciou o percurso no Serviço de Urgência Adulto, transitou para a Urgência Pediátrica, onde continua a colaborar e, integra há 12 anos, a equipa da ambulância de Suporte Imediato de Vida do INEM, sediada no mesmo hospital.
Nos últimos dois anos, tem desenvolvido também atividade ligada à formação, integrando o Centro de Ensino, Formação e Investigação da Unidade Local de Saúde, assumindo a responsabilidade do Núcleo de Formação dos enfermeiros e a coordenação da Equipa de Formação de Emergência Médica.
Paralelamente, dedica grande parte do seu trabalho à educação para a saúde. Publicou um livro de primeiros socorros pediátricos pela Porto Editora, participou em dezenas de sessões mediáticas sobre saúde infantil e gere a Escola Pediatria, uma entidade de formação que atua junto da comunidade escolar e das famílias. A Escola Pediatria mantém uma presença expressiva nas redes sociais, com mais de 55 mil seguidores no Facebook e 45 mil no Instagram.
O que mais o marcou na sua passagem pela Universidade Católica Portuguesa?
Para José Coentrão, o conceito de “Cuidar Humanizado” foi decisivo. Reconhece que, durante os anos académicos, muitos estudantes se concentram na execução técnica dos procedimentos, quando “a verdadeira essência do cuidar não está no procedimento, mas no olhar atento, no toque que transmite segurança, nas palavras que confortam e na presença silenciosa que acolhe”. E sublinha: “É nesse encontro genuíno com o outro que se revela o verdadeiro sentido da Enfermagem.”
Como é que a formação contribuiu para a sua carreira?
José Coentrão considera a formação um pilar essencial do seu desenvolvimento profissional. “A formação contínua é a chave para um sucesso contínuo.” Acredita que os percursos académicos e profissionais se complementam e que a aprendizagem não termina com o último dia de aulas.
Que conselho deixa aos futuros estudantes de Enfermagem?
“A escola não termina no último dia de aulas. Esse momento é, na verdade, o primeiro dia do percurso profissional, que exige atualização permanente.” E acrescenta: “Identificar um problema ou uma dificuldade é a fase mais fácil da sua resolução. Difícil é construir e fazer parte da solução. Sejam solução.”
