“Aprendi a gerir o tempo com rigor, a definir prioridades e, sobretudo, a reconhecer a importância do equilíbrio entre corpo, mente e espírito — algo que a própria prática da enfermagem também exige.”
Entrevista a Carolina Costa, finalista da Licenciatura em Enfermagem da Escola de Enfermagem do Porto da Universidade Católica Portuguesa e atleta de alta competição.
Conciliar um curso exigente como Enfermagem com a prática desportiva de alta competição não é tarefa fácil. Como foi gerir estas duas dimensões ao longo do teu percurso académico?
“Conciliar a licenciatura com a prática desportiva de alta competição foi, sem dúvida, um desafio”, começa por partilhar Carolina Costa. “Entre treinos, competições nacionais e internacionais, horas de Ensino Clínico e estudo, houve muitos momentos em que foi difícil equilibrar tudo: o cansaço acumulava-se, a recuperação nem sempre era a ideal, e nem sempre conseguia estar a 100% em todas as frentes - académica, desportiva, social e familiar.”
Apesar das dificuldades, Carolina reconhece o quanto esse percurso a fez crescer. “Passei por fases mais exigentes e outras mais fáceis de gerir. Mas tudo isso ajudou-me a tornar-me mais resiliente, organizada, disciplinada e focada. Aprendi a gerir o tempo com rigor, a definir prioridades e, sobretudo, a reconhecer a importância do equilíbrio entre corpo, mente e espírito, algo que a própria prática da enfermagem também exige.”
No final, o balanço é profundamente positivo. “Chegar ao fim e olhar para tudo o que conquistei ao longo destes quatro anos, conciliando dois mundos tão exigentes, compensou todos os esforços e sacrifícios que foram necessários.”
O que mais a marcou na sua passagem pela Universidade Católica Portuguesa?
“Destaco tudo o que consegui conquistar, alterar e melhorar durante a minha passagem pela Católica.”
Entre os momentos mais marcantes, realça a presença da prática desportiva universitária em contexto europeu. “Conseguir colocar o nome da UCP nos maiores palcos do mundo, nas provas internacionais em que participei, foi algo que me deixou muito orgulhosa.”
Os ensinos clínicos, realizados em contextos de excelência, foram também decisivos. “Moldaram-me enquanto enfermeira e fizeram-me crescer.”
E não esquece o apoio dos docentes: “Senti sempre um acompanhamento próximo, nas aulas teóricas, na organização dos turnos, na entrega de trabalhos. Sentir-me apoiada e incentivada a crescer, como estudante, atleta, pessoa e futura enfermeira, foi dos aspetos mais marcantes da minha passagem pela Católica.”
Como é que esta experiência a preparou para o futuro?
“Acredito que esta experiência multidimensional me preparou de forma única para o futuro profissional.”
Carolina explica que as competências adquiridas na alta competição são muito próximas das exigidas na enfermagem:
“A capacidade de lidar com pressão, tomar decisões rápidas, trabalhar em equipa e nunca desistir perante a adversidade são competências que a alta competição e a enfermagem partilham.”
Por fim, afirma:
“Hoje, sei que estas competências fazem parte de mim e vão acompanhar-me na minha carreira como enfermeira.”
Que conselho daria aos futuros estudantes de Enfermagem?
Carolina partilha três conselhos essenciais:
“Estejam presentes em cada momento do vosso percurso; não tenham medo de errar, é assim que se aprende; e, acima de tudo, cuidem de vocês próprios.”
Para ela, a enfermagem exige muito, mas devolve ainda mais, desde que nos entreguemos com verdade e paixão. E deixa uma mensagem importante para quem tem outros sonhos:
“Se tiverem sonhos paralelos, como o desporto ou outras artes, não os abandonem. Eles não vos afastam da enfermagem - pelo contrário, completam-vos, tornando-vos mais conscientes e completos.”
Carolina termina com um último conselho:
“Não esperem que as oportunidades vos sejam entregues, vão vocês à procura delas! Só assim encontram as melhores e mais adequadas para vocês.”