Artigo de opinião por Bruno Delgado, Docente na Escola de Enfermagem (Porto) e na Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem.
O exercício físico ganha um papel central, não apenas na prevenção, mas também na reabilitação cardíaca.
As doenças cardiovasculares (DCV) continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e na Europa. Apesar dos avanços terapêuticos e tecnológicos, a carga destas doenças continua a ser avassaladora. Um dos aspetos mais relevantes é que, em grande parte dos casos, poderia ser evitada com medidas simples, mas eficazes como educação, prevenção e reabilitação. A doença cardiovascular é assim uma doença com grande componente comportamental.
Entre os fatores de risco mais prevalentes, encontramos o sedentarismo, a hipertensão arterial, a dislipidemia, o tabagismo, a diabetes e a obesidade abdominal. Estes fatores, embora bem conhecidos, continuam amplamente presentes na população – muitas vezes por falta de acompanhamento, literacia em saúde ou políticas públicas eficazes. A conjugação de maus hábitos alimentares com inatividade física, tabagismo e stress crónico cria a oportunidade para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.